TEXTO 1: MUITO ALÉM DAS FAKE NEWS
Nas aulas anteriores, vimos que a inserção de dados na internet requer muito cuidado, pois nem sempre sabemos para quais fins as nossas informações serão utilizadas por aquele site ou empresa.
Vimos também a importância do comportamento digital nas redes, que, quando negativo ou desmedido, pode ocasionar diversas perdas na vida pessoal da pessoa que utiliza a rede, ou mesmo na vida profissional.
Outro ponto muito relevante estudado por nós foi a questão do cyberbullying, o qual pode gerar consequências irreparáveis para as vítimas, e que deve ser evitado a todo custo por toda a comunidade digital.
Hoje, no entanto, falaremos sobre um assunto muito atual, e de suma importância para uma utilização saudável das redes e até mesmo dos nossos relacionamentos nestas redes: as fake news e seus reflexos no mundo fora da tela dos computadores e celulares.
O que significa fake news?
Não é de hoje que mentiras são divulgadas como verdades, mas foi com o advento das redes sociais que esse tipo de publicação se popularizou. A imprensa internacional começou a usar com mais frequência o termo fake news durante a eleição de 2016 nos Estados Unidos, na qual Donald Trump tornou-se presidente. Fake news é um termo em inglês e é usado para referir-se a falsas informações divulgadas, principalmente, em redes sociais.
Na época em que Trump foi eleito, algumas empresas especializadas identificaram uma série de sites com conteúdo duvidoso. A maioria das notícias divulgadas por esses sites explorava conteúdos sensacionalistas, envolvendo, em alguns casos, personalidades importantes, como a adversária de Trump, Hillary Clinton.
Como funcionam as fake news?
Os motivos para que sejam criadas notícias falsas são diversos. Em alguns casos, os autores criam manchetes absurdas com o claro intuito de atrair acessos aos sites e, assim, faturar com a publicidade digital.
No entanto, além da finalidade puramente comercial, as fake news podem ser usadas apenas para criar boatos e reforçar um pensamento, por meio de mentiras e da disseminação de ódio. Dessa maneira, prejudicam-se pessoas comuns, celebridades, políticos e empresas.
É isso o que acontece, por exemplo, durante períodos eleitorais, nos quais empresas especializadas criam boatos, que são disseminados em grande escala na rede, alcançando milhões de usuários. O Departamento de Justiça Americano denunciou três agências russas, afirmando que elas teriam espalhado informações falsas na internet e influenciarem as eleições norte-americanas de 2016.
Existem grupos específicos que trabalham espalhando boatos. No entanto, não é fácil encontrar as empresas que atuam nesse segmento, pois elas operam na chamada deep web, isto é, uma parte da rede que não é indexada pelos mecanismos de buscas, ficando oculta ao grande público.
Para disseminar informações falsas, é criada uma página na internet. Um robô criado pelos programadores desses grupos é o responsável por disseminar o link nas redes. Quanto mais o assunto é mencionado nas redes, mais o robô atua, chegando a disparar informações a cada dois segundos, o que é humanamente impossível.
Com tamanho volume de disseminação de conteúdos, pessoas reais ficam vulneráveis às fake news e acabam compartilhando essas informações. Dessa forma, está criada uma rede de mentiras com pessoas reais.
Como os responsáveis pelas fake news atuam, geralmente, em uma região da web que é oculta para a grande maioria dos usuários, não é fácil identificá-los e, consequentemente, puni-los. Além disso, essas pessoas usam servidores de fora do país, em lan houses que não exigem identificação.
Exemplos e consequências de fake news
Qualquer tipo de informação falsa, da mais simples à mais descabida, induz as pessoas ao erro. Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cercada de outras verdadeiras. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, e suas consequências podem ser desastrosas.
Um caso que ficou conhecido e chegou ao extremo foi o da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, que morreu após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, em 2014. A revolta dos moradores foi em virtude de informações publicadas em uma rede social, com um retrato falado de uma possível sequestradora de crianças para rituais de magia negra. A dona de casa foi confundida com a criminosa e acabou linchada por moradores.
Outro boato que tomou conta das redes e influenciou diretamente o calendário de vacinação infantil foi o de que algumas vacinas seriam mortais e teriam matado milhares de crianças. O impacto foi tão grande que doenças como o sarampo, do qual o Brasil era considerado livre, voltaram a acometer crianças.
Depois da greve dos caminhoneiros em 2018, que durou 11 dias, fechou rodovias de norte a sul do país e provocou desabastecimento de diversos produtos, alguns boatos de uma nova greve geraram tumulto nas grandes cidades. Em alguns municípios, filas de carros formaram-se em postos de combustíveis, pois as pessoas temiam o aumento do preço e até mesmo a falta do produto.
Um dado grave que foi constatado pelos pesquisadores do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), nos Estados Unidos, é que a chance de uma notícia falsa ser repassada é consideravelmente maior que a de uma verdadeira. Foram analisadas 126 mil notícias, e percebeu-se que a probabilidade de republicar uma informação falsa é 70% maior do que a de republicar uma notícia verdadeira.
Como combater as fake news?
Para as autoridades, identificar e punir os autores de boatos na rede é uma tarefa muito difícil. No caso do Brasil, a legislação que prevê punição para esse tipo de crime não fala sobre internet, cita apenas rádio e televisão.
Alguns sites de fake news usam endereços e layouts parecidos com os de grandes portais de notícias, induzindo o internauta a pensar que são páginas de credibilidade. Por isso, todo cuidado é pouco na internet.
A maneira mais efetiva de diminuir os impactos das fake news é cada cidadão fazer sua parte, compartilhando apenas aquilo que tem certeza de que é verdade. O ideal é duvidar sempre e procurar informações em outros veículos, especialmente nos conhecidos como grande mídia.
No Brasil, existem agências especializadas em checar a veracidade de notícias suspeitas e de boatos, as chamadas fact-checking. Alguns grandes portais de notícias também criaram setores para checagem de informações.
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/curiosidades/fake-news.htm - Adaptado.
VÍDEO 1: 7 PASSOS PARA IDENTIFICAR NOTÍCIAS FALSAS – BBC NEWS BRASIL
Para evitar a disseminação de fake news, siga os passos seguintes, constantes no vídeo 7 passos para identificar notícias falsas, produzido pela BBC News Brasil.
https://www.youtube.com/watch?v=1XYNl91Zh7c
QUESTÕES
1 – Defina Fake News.
2 – As fake news podem ser feitas por motivos políticos, comerciais, de difamação e diversos outros. Explique como são produzidas as fake news.
3 – Agora é hora de refletir! Localize, dentro das mensagens que você recebeu em suas redes sociais, alguma notícia que você acredita ser falsa. Seguindo os 7 passos indicados no vídeo acima, verifique se o conteúdo desta mensagem era verdadeiro ou falso e resuma na resposta desta questão o conteúdo da fake news, o site que a disseminou e por meio de qual(is) dos sete passos você identificou que aquele conteúdo era falso.
Responda as questões em seu caderno, tire fotos e enviei no meu e-mail: seniravs@hotmail.com ou WhatsApp 959424983.
Bom trabalho!